…e por mais que a política de educação se proponha alargar a rede de Creches, uma educação para a primeira infância, que não saiba olhar à individualidade de cada criança não se traduzirá numa educação de qualidade.
…e por mais que a política de educação se proponha alargar a rede de Creches, uma educação para a primeira infância, que não saiba olhar à individualidade de cada criança não se traduzirá numa educação de qualidade.
Se é importante construir espaços arquitetonicamente inquestionáveis, dotados de materiais e equipamentos de última geração; sem educadores capazes de reconhecer importância à individualidade e diferenciação de cada ser, o ato educativo permanecerá medíocre.
Ainda que a criança venha a ser alvo de programas de estimulação tecnicamente bem concebidos, se o vínculo emocional não for uma realidade o potencial de desenvolvimento será limitado. É pelo vínculo emocional, pela estimulação do movimento e pela informação sensorial, que se dá a construção do cérebro fora do útero materno.
Por via de regra os espaços destinados à criança enquanto pequena são espaços limitados, fechados, em penumbra, silenciosos e livres dos chamados “obstáculos”. No tempo em que os neurónios se encontram mais sedentos de estímulos tendemos a oferecer o vazio, quando precisamos de entender que estes estão lá para ver, ouvir, tocar,… e classificar quanto os sentidos lhes oferecem; os neurónios estão sedentos de informação e, sem estímulos, a informação não chega.
Doses certas em conhecimento e bom senso devem gerir os ambientes para que os mesmos não se convertam em espaços de sobre onde os ruídos se sobreponham aos sons decifráveis, onde a poluição de elementos visuais se sobreponha à perceção que permite conceber cada coisa em cada espaço. A sobre-estimulação é tão má quanto a sub-estimulação, o importante e necessário é saber criar equilíbrio.